DICAS DE VIAGEM

Uyuni e Deserto da Bolívia

Você sabia que é possível visitar o Deserto do Atacama e a Bolívia em uma mesma viagem? Nós fizemos isso e entramos na Bolívia pelo Paso Hito Cajón, localizado cerca de 45kms de San Pedro de Atacama. Não é a única fronteira do Chile com a Bolívia, mas escolhemos esta entrada pelo desafio de cruzar o deserto do lado Boliviano e explorar suas belezas naturais. O Altiplano Andino é o segundo mais extenso do mundo, perdendo apenas para o Tibet. A média de altitude da região é de 3.700 metros acima do mar, batendo picos acima dos 5.000m. Alguns países compartilham desse território: Bolívia, Peru, Chile e Argentina, mas a maior parte está em solo Boliviano.

 

DIRIGINDO PELO DESERTO

Foto: Sozinhos, dirigindo no meio do deserto

Assim que cruzamos a fronteira já tivemos uma amostra do que nos esperava. O asfalto que era muito bom do lado Chileno desapareceu, e no lugar víamos diversas marcas no chão de rípio, indicando caminhos percorridos por outros veículos. As estradas estavam em péssimas condições: muita costela de vaca, muito buraco e muitas pedras pelo caminho. Em alguns trechos nossa velocidade máxima ficava abaixo dos 10km/h. Por conta disso o deslocamento demorava muito e avançávamos pouco por dia. Tínhamos medo de algo acontecer com o carro, pois este lugar é tão isolado que qualquer socorro se tornaria uma tarefa complexa.

Sem dúvidas foi um dos lugares mais inóspitos que já dirigimos: não há sinal de telefone, não há wifi, não se vê pessoas nas ruas, altitude média acima dos 4.000 metros e muito vento. Ao mesmo tempo que os desafios foram enormes, assim foram as recompensas! Aprendemos a lidar com situações desfavoráveis e a encarar nossos medos. Tivemos problemas com a mangueira do motor do carro por duas vezes, e nossa forma de encarar a situação fez toda a diferença.

Também, a beleza desta região é apaixonante, e a cada km vencido uma nova paisagem para ser apreciada! Muitas pessoas tem receio em fazer este trajeto sozinhos, e de fato só encontramos 1 outro carro além de nós, nos 4 dias, que estava por conta. Todos os outros eram veículos de agências com turistas. Se você gosta de aventura e de natureza, não há nenhuma contraindicação em fazer esta viagem sozinho! Só é preciso se preparar: recomendado veículo 4×4 com motor forte, pois a altitude, rios pelo caminho e subidas íngremes exigem bastante do veículo. Leve sua água e comida, pois não há comércio ao longo dos primeiros dias de travessia. Tenha um GPS confiável e esteja aberto para viver toda adrenalina!

 

RESERVA NACIONAL EDUARDO ABAROA

Foto: Léo caminhando no deserto

Alguns kms depois da imigração boliviana, chegamos na entrada da Reserva Nacional Eduardo Abaroa. É um prédio simples, com poucas pessoas trabalhando. Em Outubro de 2019 pagamos 150 bolivianos por pessoa para entrar, cerca de R$ 90,00. Caríssimo pela estrutura oferecida e condições de estrada, mas ao mesmo tempo é um lugar de natureza ímpar. Esperamos que este dinheiro tenha bom uso para a preservação natural.

Logo no início da reserva somos surpreendidos por duas lagunas de cores distintas: uma branca e outra verde. É possível observar diversos animais soltos. Seguindo em frente passamos pelo Deserto de Dalí. Ele leva este nome pela semelhança das paisagens surreais das montanhas com os quadros do pintor espanhol. Realmente, olhando para as montanhas e suas cores é possível se sentir dentro de uma pintura, ou até mesmo dentro de outro planeta. Seguindo em frente nos encantamos com a Laguna Chalviri e as águas termais de Polques. Uma experiência surreal relaxar naquela piscina com flamingos ao fundo.

Mais adiante, gêiseres em atividade em uma altitude de mais de 5.000m. A Laguna Colorada com tons de vermelho e vinho atrai centenas de flamingos e aves, que ali vivem e se alimentam. Saindo da reserva, seguimos por Villa del Mar e por lá paredões de rochas vulcânicas gigantescos nos transportam para marte. Foram 4 dias de aventuras pelo desértico altiplano boliviano.

Acampamos com os mais incríveis e inóspitos cenários. Sentimos medo, mas também sentimos felicidade. Nos sentimos sozinhos, mas também fizemos amizade com outros overlanders que por lá encontramos. Foi sem dúvida o melhor caminho a se fazer para chegar no Salar do Uyuni. Uma experiência inesquecível!

NOSSOS REGISTROS PELO CAMINHO

Foto: Estacionados na frente da Laguna Blanca.

Nossa primeira parada: Laguna Blanca. Ela apresenta essa cor por conter muitos minerais. Neste ponto já estamos há mais de 4.000 metros de altitude.

Foto: Léo na Laguna Verde

Laguna Verde e sua surpreendente cor esmeralda. A coloração é por conta do mix de magnesio, arsénico e cobre (o que a torna também tóxica). Ao fundo, o vulcão Licancabur.

Foto: Registro da Ale pelo Deserto de Dalí

Guanacos soltos e ao fundo, Deserto de Dalí. A coloração das montanhas, somadas com pedras soltas em meio um areial se assemelham aos quadros do pintor.

Foto: Ale nas águas termais de Polques

As águas termais de Polques emergem do solo e atingem uma temperatura de aproximadamente 35°C. Com a vista para a laguna, a paisagem fica perfeita!

Foto: Registro da nossa passagem pela Laguna Colorada

A Laguna colorada surpreende não só por sua cor, mas também pelas centenas de flamingos e outras aves que ali habitam. A cor da sua água é por conta de uma espécie de alga que vive no local, além de sedimentos rochosos.

Foto: Chegando no Valle de las Rocas

O Valle de las Rocas impressiona por seu tamanho. Imensas rochas de origem vulcânica que sofreram erosão do tempo cobrem uma área enorme, entre a Reserva Nacional e o Salar do Uyuni.

CHEGANDO NO SALAR DO UYUNI

O Salar do Uyuni atrai visitantes do mundo todo! Sua paisagem muda dependendo da época do ano, mas segue sendo encantador. Nós visitamos o salar em Outubro de 2019, e compartilharemos nossa experiência explorando o deserto sozinhos!

 

Existem basicamente 3 formas de se chegar na cidade do Uyuni, base para visitar o salar. A primeira é por terra, vindo da cidade de San Pedro de Atacama do Chile. Para fazer este trajeto você irá atravessar o desértico altiplano boliviano, e viajar em altitudes médias de mais de 4.000m. Existem inúmeras agências que vendem este pacote em San Pedro. Nós optamos por fazer este trajeto por conta própria com nosso carro.

Outra opção é ir para La Paz e de lá pegar um transporte de uma agência ou ônibus. A terceira opção é voar até o aeroporto da cidade do Uyuni, que é bem pequeno, mas recebe alguns voos por semana. Chegando lá, tenha em mente que a cidade do Uyuni é bastante simples. Conta apenas com infraestrutura básica, e o que mais se vê pelas ruas são agências de turismo que vendem tours pelo salar e região.

LIBERDADE DENTRO DO DESERTO

Foto: Ale cozinhando no Salar do Uyuni

Ouvimos muito falar que não era seguro visitar o salar por conta própria, que seria fácil se perder e entrar em alguma enrascada. Nós entramos sozinhos, apenas com a companhia de nosso GPS e não tivemos problema nenhum em nos guiar pelo deserto de sal. A rota que os carros seguem fica bastante evidente no chão, em um tom mais escuro, e o ideal é não sair dela para evitar problemas.

á para quem pretende visitar o Uyuni na época de chuvas (de Janeiro a Março), a situação muda. Como o salar fica coberto por uma camada de água, o caminho some, e aí sim imagino que se perder seja mais fácil. Tivemos uma ótima experiência no salar. Paramos e cozinhamos nosso almoço e visitamos todos os atrativos com nosso carro. Para entrar não se paga nada! Então o único custo que tivemos foi do nosso combustível e da lavagem que demos no carro na saída, para remover todo o sal e evitar problemas.

O QUE VISITAR DENTRO DO SALAR

Foto: Land Home na Praça das Bandeiras

Dentro do Salar existe um roteiro “padrão”, de coisas para ver e caminhos a percorrer. Entrando por Colchani, o primeiro ponto de parada é o Monumento da Dakar. O Rally passou pelo salar pela primeira vez em 2016, e desde então virou parada obrigatória para os turistas! Quase colado com este monumento, está a Praça das Bandeiras. Nela estão cravadas bandeiras do mundo inteiro, também uma parada obrigatória para todos que entram no Uyuni.

Ainda, a Isla Incahuasi é bastante popular. Apesar do salar ter diversas ilhas, esta é a que recebe mais turistas. Ela chama atenção por seus cactos gigantescos e pela vista que proporciona do alto do seu mirador.

O QUE FAZER POR PERTO

Foto: Léo no Cemitério de Trens

Na cidade do Uyuni está localizado o misterioso Cemitério de Trens. As velhas locomotivas que estão abandonadas, sofrendo degradação do tempo, foram um dia utilizadas para o transporte de minerais. Sem dúvidas é um cenário impactante.

Já que você vai passar pelo Uyuni, por que não esticar esse roteiro? La Paz, a grande metrópole da Bolívia está a 550 kms. Também, para os espíritos aventureiros, a mundialmente famosa Estrada da Morte da Bolívia fica a menos de 100kms de La Paz. Nós também fizemos o trajeto e adoramos!

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Com carinho,

Ale & Leo

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Boas viagens!

Ale e Leo | @mundi360

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